sexta-feira, 2 de março de 2012

Unidos de Santa Bárbara

29/02/2012 17h24- Atualizado em 29/02/2012 19h50

Saiba como criar uma escola de samba em SP
Estatuto ético e mínimo de 300 integrantes estão entre as exigências.
Por ano, quatro escolas são criadas, segundo Uesp.


Do G1 em São Paulo

Em meio aos carros alegóricos, aos sambas-enredo e às belas musas do carnaval de São Paulo, a ideia de criar uma escola de samba e participar de suas dinâmicas, processos e rituais parece algo fácil. Começar uma escola do zero exige muito mais tempo do que os 60 minutos de desfile no Sambódromo do Anhembi.
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Registro autenticado em cartório, número de CNPJ, ata consolidada com nome dos presidentes, diretor-executivo, conselho, secretário e número mínimo de 300 integrantes, é o que devem providenciar aqueles que desejam abrir uma escola de samba, como explicou ao G1 Alexandre Magno, diretor de carnaval da União das Escolas de Samba Paulistanas (Uesp).
Dos 300 integrantes mínimos, 40 devem estar na bateria, 12 na ala das baianas, 6 a 12 na comissão de frente, um casal de mestre-sala e porta-bandeira e no mínimo 20 crianças.
Depois de inscrita, a escola passa pelo “forte crivo” da Uesp . “Vemos se não é uma escola fantasma, se tem condições de desfilar e de cumprir as exigências mínimas.”

Unidos de Santa Bárbara desfila pelo Grupo 1, no Anhembi, na segunda-feira de carnaval (Foto: Jefferson Pamsieri/Divulgação Unidos de Santa Bárbara)

A escola aprovada começa desfilando no Grupo 4, sem receber verba nenhuma - o que, segundo Magno, poupa “dores de cabeça por possíveis calotes”. Se a escola recém-criada conseguir se classificar em primeiro, segundo ou terceiro lugar, ela sobe para o Grupo 3 ganhando uma verba de R$ 59 mil. Os próximos degraus a subir são Grupo 2 e 1. Nos níveis máximos, estão o Grupo de Acesso e o Especial. Neste último, a verba chega a aproximadamente R$ 2 milhões.
Neste ano, as escolas que subiram para o Grupo 3 e que receberão a verba são Acadêmicos de São Jorge, há quatro anos no Grupo 4, União Independente da Zona Sul, há um ano, e Dragões de Vila Alpina, também há 4 anos. Os ingressos para assistir o desfile tanto do Grupo 3 quanto do Grupo 4 são gratuitos.
Todo ano, cerca de quatro ou cinco escolas estreiam no carnaval paulista, segundo Magno. Neste ano, não entrou nenhuma, por causa do retorno das que tinham sido penalizadas nos últimos carnavais.
Percurso O primeiro estágio do carnaval acontece no Grupo 4. Os desfiles de suas escolas acontecem no sábado de carnaval na Vila Esperança, Zona Leste. Neste ano, foram sete escolas inscritas. As três primeiras escolas sobem para o Grupo 3 e desfilarão também na Vila Esperança, mas no domingo e na segunda-feira.
A campeã e a vice-campeã passam para um nível acima, o Grupo 2. O desfile deste grupo acontece no Autódromo de Interlagos, Zona Sul, no domingo e na segunda-feira. No carnaval deste ano, onze escolas integraram o Grupo 2.
Acima do Grupo 2 e com apenas um nível a conquistar para entrar na elite do carnaval, as escolas do Grupo 1 desfilam no Sambódromo do Anhembi na segunda-feira. Neste ano, foram onze escolas.
No domingo, o Sambódromo recebe as escolas do Grupo de Acesso e, na sexta-feira e no sábado, a vez é do Grupo Especial, o mais importante do carnaval da cidade.
Tantos nos primeiros níveis quanto nos mais elevados, os critérios avaliados são os mesmos: bateria, samba-enredo, harmonia, evolução, comissão de frente, enredo, mestre-sala e porta-bandeira, alegorias e adereços e fantasias.
Na elite carnavalesca A escola Unidos de Santa Bárbara, criada como escola de samba desde 2009, subiu os quatro níveis até chegar neste ano ao Grupo de Acesso, o segundo mais importante do carnaval de São Paulo. De acordo com o presidente da escola, Manoel Messias da Costa, a Unidos de Santa Bárbara ficou em primeiro lugar tanto no Grupo 1 quanto no 2.
Presidindo uma escola de 1,5 mil integrantes, Manoel aconselha as estreantes no carnaval. "O relacionamento com a comunidade é essencial. A escola não é nada sem ela, o carnaval não é nada sem ela."
Sobre o futuro, a Unidos de Santa Bárbara planeja "ficar com os pés no chão e permanecer no Grupo de Acesso". O sonho de uma possível subida ao nível máximo do carnaval, o Grupo Especial, está guardado. "Depois de nos estruturarmos e pegarmos experiência, poderemos sonhar com o Grupo Especial."

reportagem do G1 da Globo posta no dia 29/02/2012 17h24- Atualizado em 29/02/2012 19h50